Lomadee


quarta-feira, 17 de abril de 2013

Engenharia Cartográfica e de Agrimensura



É o ramo da engenharia que capta e analisa dados geográficos para a elaboração de mapas. Com base em pesquisas de campo e cálculos, esse engenheiro planeja, orienta, dirige e supervisiona o levantamento, a análise e a interpretação de aspectos geográficos e físicos de uma região para produzir mapas e cartas impressas ou digitais. Ele utiliza dados de diversos sistemas, incluindo os orbitais e aéreos, e os sensores a bordo de embarcações marítimas ou fluviais. Na área de agrimensura, prepara áreas para obras urbanas, de infraestrutura hidráulica, sanitária, elétrica ou de transportes. Por meio de levantamentos em solo ou por intermédio de fotografias aéreas, satélites e aparelhos de sistema de posicionamento global (GPS), esse profissional mede as dimensões de terrenos e pesquisa as características do solo e do relevo de uma área. Seu trabalho serve de base para que engenheiros civis tenham as condições necessárias para a construção de prédios, estradas, barragens ou redes de água e esgoto ou de energia elétrica. Apto a orientar projetos de loteamento e a definir o traçado de cidades, costuma prestar consultoria para prefeituras, indústrias e grandes construtoras. Ele atua também na criação, organização e atualização de arquivos de informações geográficas e topográficas.


O mercado de trabalho

As prefeituras municipais, principalmente de cidades do interior, costumam requisitar bastante esse profissional. Ele é solicitado para atividades como fazer o cadastro técnico rural e urbano do município e também para atualizar sistemas cadastrais para a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). As grandes obras, como construção e recuperação de rodovias e exploração de minas, também compõem um mercado interessante para o profissional. "Esse engenheiro é contratado para atuar em projetos, no sensoriamento remoto, em geoprocessamento e topografia, enfim, para fazer todo o planejamento territorial", afirma Fernando Alves Pinto, coordenador do curso da UFV. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) é um tradicional empregador do bacharel. A demanda existe em todo o país, mas é preciso se dispor a trabalhar em locais que nem sempre oferecem infraestrutura adequada. "Conviver com condições adversas é uma realidade, e o formado tem de estar preparado para isso", alerta o professor Fernando Alves Pinto. 

Salário inicial: R$ 3.060,00 (6 horas diárias; fonte: Crea-SP).

O curso


Às disciplinas básicas das engenharias, como matemática, física e desenho, somam-se matérias de formação profissional e específicas, relacionadas com a coleta, o processamento, a análise e a representação de dados espaciais. O aluno também aprofunda conhecimentos referentes à geodésia, à topografia, à fotogrametria, ao geoprocessamento, sensoriamento remoto e cartografia. Parte da carga horária do curso é dedicada a práticas de laboratório e à pesquisa de campo. Os alunos também são ensinados a empregar as tecnologias de ponta que serão úteis no domínio de técnicas como o sensoriamento remoto e a fotogrametria digital. Em algumas instituições, é comum que os estudantes participem de projetos de prestação de serviços à comunidade. Nesses casos, eles atuam fornecendo apoio de campo em levantamentos topográficos e na regularização de terras rurais. Para se diplomar é preciso fazer estágio supervisionado e apresentar um trabalho de conclusão de curso. 
Duração média: cinco anos. 
Outros nomes: Eng. de Agrim.; Eng. de Agrim. e Cartografia.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Matéria do Globo Repórter dedicada a nossa profissão....Amei!!!!


Agrimensores têm emprego garantido

Profissionais fazem medição e demarcação de terrenos para obras de engenharia. Com o país em ritmo de Copa do Mundo e Olimpíadas, o futuro na área é promissor.
Quando o aluno João Fernandes Santos deixou o sítio onde vivia, não mediu distâncias nem poupou esforços. Vendeu tudo o que tinha e partiu em busca de um sonho e da chance de melhorar de vida.

"Vendi minhas vaquinhas. Tudo aventurado, não sabia se iria dar certo. Sinto saudade dos meus filhos e da minha mulher", diz João, emocionado.
 

A família ficou em Espinosa, no norte de Minas Gerais. Nem o retrato deles João levou, para a saudade não doer mais. Agora, a vida do antigo sitiante cabe em um quartinho apertado, em Jundiaí, interior de São Paulo.

"Está bom demais", comenta João. 


É vida dura. Só aguenta quem é determinado. João é assim. Aos 44 anos, não teve medo de recomeçar. Na Escola Técnica Vasco Antonio Venchiarutti, ele se mistura a rostos bem mais jovens e menos sofridos. Mas não se intimida. Ele é o que sonhou: um dos alunos do curso de agrimensura. Nas aulas, aprende a fazer medição e demarcação de terrenos, para obras de engenharia.

"Assisto às aulas até as 22h50. É puxado. Chego em casa por volta das 23h30 e tenho que acordar às 5h30", conta João. 


Todo esse esforço do João já está sendo recompensando. Desde o começo do ano, ele trabalha em uma das principais empresas de agrimensura de Jundiaí.

No terreno, onde haverá um condomínio de casas, as equipes de agrimensores fizeram o levantamento da topografia, demarcaram os lotes, as ruas e agora estão localizando a rede de esgoto. Só depois começarão as construções. E é assim para todo tipo de obra: uma casa, uma estrada ou uma hidrelétrica. Por isso, o que não falta é emprego. 

"Chance tem para todo mundo que tem vontade. Está faltando profissional", diz o auxiliar de agrimensura, Leidemar de Jesus.

“Está faltando profissional”, afirma o técnico em agrimensura, Jeferson de Oliveira.

João aposta na escolha que fez e mostra serviço. A Escola Técnica Vasco Antonio Venchiarutti, em Jundiaí, tem 44 anos. Os 120 alunos de agrimensura usam equipamentos computadorizados, GPS que captam informações vindas de vários satélites, tecnologia de ponta. Dos 11 cursos gratuitos que a escola oferece, o de agrimensura é o mais antigo e o mais moderno. Os estudantes podem fazer os três semestres do técnico simultaneamente ao curso médio. E não precisa estar formado para conseguir o primeiro emprego


O aluno Rafael da Silva está rindo à toa porque assinou contrato de trabalho e ainda nem terminou o curso. Aos 19 anos, já está empregado.

"Estou empregado no segundo emprego na área, ganhando R$ 1,5 mil. Quando eu me formar, o salário vai melhor ainda mais. Meu chefe falou que, caso eu me forme, terei chance de subir na empresa", conta o aluno Rafael da Silva. 


"Não tenho gasto nenhum com mensalidade e é um curso que dá um retorno em dinheiro muito rápido. Graças a Deus, estou empregado há cinco meses na área. Com um ano de curso já arrumei um serviço na área e, graças a Deus, está tudo bem", diz o aluno Ademir Araújo.

As aulas são práticas e teóricas. A única exigência é gostar bastante de fazer cálculos. 

Diógenes Fernandes é sobrinho de João. Ele tinha outros planos na vida, mas o tio o convenceu a ir para o curso de agrimensura. 
"Não estou arrependido, porque tem menos concorrência e é mais rentável. No primeiro semestre do curso, já estou empregado", conta Diógenes.

A hora é essa! Com o país em ritmo de Copa do Mundo e Olimpíadas, vem muita obra por aí. 

"Com certeza, nós teremos que trazer técnicos de fora do país porque os daqui não conseguirão atender a demanda se tudo funcionar. Com certeza, o emprego é que vai procurar por esse pessoal, e isso já acontece aqui dentro da escola", afirma o professor Érico Innocente.

Para João, que só começou o ensino médio depois dos 30, o futuro é agora.

"A ideia é me formar, trabalhar, trabalhar e dar uma vida mais digna para a minha família. Já apostei todas as minhas fichas em mim. O curso já está mudando a minha vida", conta ele.